A nova ferramenta diverte, mas gera reflexão sobre saúde mental
Recentemente, o WhatsApp, uma das plataformas que mais centraliza a comunicação na atualidade, lançou uma ferramenta que permite que seus usuários acelerem em até 2x os áudios recebidos no aplicativo. Essa é uma das suas grandes novidades neste ano. A princípio, a ação divertiu os usuários, que passaram a ouvir os amigos 2x mais rápido.
Dias depois de lançada, contudo, a novidade dividiu opiniões. Em princípio, algumas pessoas amaram a atualização, afinal, quem nunca recebeu um áudio que mais parecia um podcast? Outros, porém, perceberam que a iniciativa fala muito sobre a nossa sociedade: algo aparentemente inofensivo pode estar diretamente ligado a temas como ansiedade e saúde mental. Nesse contexto, uma discussão foi levantada: acelerar o áudio é sintoma de uma sociedade ansiosa?
Antigamente, era comum enviar um e-mail e aguardar a resposta, que poderia vir em horas ou em dias. Hoje o cenário é outro: enviamos uma mensagem, vemos os dois tiques ficarem azuis e esperamos que o retorno chegue o mais rápido possível. E agora a nova ferramenta surge para firmar a ansiedade de uma sociedade que está constantemente correndo atrás do tempo.
O WhatsApp não é o primeiro a empregar a aceleração. Já podemos contar com o recurso em qualquer vídeo do navegador, e chega a ser normal assistir a palestras e videoaulas, e até mesmo a filmes e séries – em plataformas de streaming, como a Netflix –, acelerados.
É certo que a ferramenta diverte os usuários, mas será que, a longo prazo, ela não pode vir a impactar nosso convívio social? A resposta é “sim”. De acordo com a psicóloga e colunista da VOCÊ RH, em entrevista para a Revista Cláudia, ela tem o poder de mexer com a saúde das pessoas e impactar relações profissionais e pessoais. O áudio acelerado do WhatsApp facilitou a vida e otimizou o tempo de muita gente. No entanto, é fundamental entender que o recurso não passa de um reflexo de uma importante disfunção que acomete a nossa sociedade.